terça-feira, 23 de junho de 2009

Intruso no meu mundo

Incoveniência em questão. Falta de educação. Gente birrenta de plantão. E haja paciência! Você quer andar e o espaço é apertado, você quer ler e os chatos não se calam, você quer música e tem quem se meta no seu repertório. Falta de simancol, como se cura? Vassoura atrás da porta? Chumbinho na prateleira? Careta, bocejo, espirro, doença? Você quer o seu canto, você quer o seu tempo, você quer somente o seu cheiro no ar, pode ser? Me larga, me deixa, hoje não tô pra social! Tô cobrando por sorrisos e olhe que eles serão insossos, mortinhos, cheios de educação, só pra não pegar mal. Você está lá super com vontade de si próprio, de se encher de si mesmo, de se embriagar dos seus pensamentos, de afundar no ócio do corpo e na agitação da mente. Bota uma roupa folgadinha, bem de ficar largada. Se espalha pela sua cama, seu edredon e montes de almofadas. Depois espalha suas idéias, deixa elas lá boiando ao seu redor. Curte seu som, seus livros, seus textos e escritos. (Não peço muito, só mergulhar no meu mundo!). E quando está lá tirando todo proveito do seu mundo, vem o intruso te acordar, te puxar, te azucrinar. Ai, me larga, me deixa, esquece meu nome, meu endereço, telefone e e-mail. Ai, me erra, me encerra, me tira de foco e nem me espera! Desgruda, desvincula, me denuncia, me demite, mas me deixa quieta caramba!!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A lua que eu te dei...


"Posso te falar dos sonhos, da tarde e de como a cidade mudou. Posso te falar do medo, do meu desejo, do meu amor. Posso falar da tarde que cai, e aos poucos deixa ver no céu a lua que um dia eu te dei." Dei? Você guardou? Ainda a tem? Qual parte sua guardaria a minha lua e nunca a deixaria passar? Quais sonhos seriam para sempre? Qual tarde seria sem final? Qual cidade seria sempre nossa? Quantos medos atrapalhariam? Quantos imensos desejos ajudariam? Quantas luas minhas você teria? E ainda "sei que não há no mundo quem possa te dizer que não é tua a lua que um dia eu te dei, pra brilhar por onde você for. Me queira bem, durma bem, meu amor".

http://www.youtube.com/watch?v=ODr_4uorx-0

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ticker than water


"Some were meant to watch the World from windows,

but for me,

I was always meant to be one forever chasing,

the song of the sea...the song of the sea..."


Eu não estava pensando em você e nem esperando te ver na TV, mas foi só te ouvir e senti tanta saudade! Hoje fez sol e você não está nem por perto, me deu uma vontade de suas cores me engolindo, de seu calor e frescor me consumindo, de seu tamanho me embalando. É meu amigo, por aqui nem sinal de tu, lá pelos arredores ouvi dizer que têm pedaços de você, porém mais frios para combinar com o exterior. Eu queria era você bem manso, pra me jogar e boiar pela suas ondas calmas. Eu queria era um pedaço de oceano, pra renovar a alma. Hoje fez até calor sabe, mas sem você por perto pra onde eu corro pra me refrescar? Sem sua água salgada, mal me lembro da água de côco doce que também faz falta, que mancada! Bem, pois é isso. Eu vim mesmo foi te deixar um recado. Guarde um pedaço de água morna para mim. Decore com seus peixes mais bonitos e faça-me o favor de formar pocinhas ao redor de pedras com algas. Deixe tudo pronto nos conformes, do jeitinho que sabe que eu gosto, porque um dia eu estou voltando. Convide o céu mais bonito, o sol mais quente e até os vendedores de praia eu te deixo chamar. Quero queijinho e picolé capelinha, e quero seu vento mais leve pra me saciar. Ê saudade do meu mar!



segunda-feira, 15 de junho de 2009

Shiver Princess


Eu me arrepio. Do momento que acordo, ao momento em que volto a dormir, tanto me arrepia, tanto me provoca levitações, que desse sonho eu não queria acordar. Vou rendendo tempo e espaço pra ver se dura, vou criando desculpa e justificando escolhas, pra ver se cola. Não querer acordar não é só sonhar, mas seria possível? Com o riso colado na cara e na alma, e lágrimas nostálgicas que visitam de tempos em tempos, eu observo. A dança, os olhares, as plumas no salão. Eu não sou a personagem principal, estou só assistindo. Me fez lembrar de quando eu era o centro, a filhinha, a principal. Não quis deixar de ser princesa essa menina, nem quis deixar de ser menina essa mulher. Me arrepio com cenas que meus olhos guardam, e me vejo nelas como se estivesse vendo o filme da minha vida. Como aquele telão ali da frente que fica repassando as músicas da festa dela. A minha festa se faz com músicas também, e a minha vida me arrepia, então danço de cantinho sem nem perceber, me deixando levar pelo ritmo da música que sempre contagia meus passinhos e quadris. Toca "my girl", ela está lá no meio, cercada. É a querida, a mais vista, a mais brilhosa menina da noite de Londres. Em algumas horas o hotel estará vazio de novo, as comidas terão acabado, as bebidas ficarão nos cantos. E eu nem estarei mais lá. Vou estar dormindo, se conseguir. Você quis que eu mudasse, bem, eu mudei pra melhor. E sempre estarei esperando por você. No meu sonho ele sempre vem, e quando acordo sempre penso como pode ter sido tão real se foi apenas sonho. Talvez seja a forma dele de me dizer que, sonhos são reais sim senhorita, querida princesa mademoiselle brilhosa, a mais charmosa e serelepe menina de Londres. I got so much honey, the bees envy me...Porque sou a menina dele, a filhinha dele, e sempre dançaremos juntos no mesmo salão. Nesse castelo eu sou dona do trono, e esse reinado dura sem desculpas e justificativas porque esse não precisa ter fim. Estórias de Londres não têm fim, então volto outro dia ou em outro sonho e te conto mais. Assim você me conta também como tem sido a imensidão do céu ou as outras vidas pelas quais circula, se assim for.


domingo, 7 de junho de 2009

O dia do Fico!

Acordei e é domingo. Ontem: sábado. Deveria ter me despedido, derramado mais um rio de lágrimas, ter dado as costas e ido embora. Deveria estar amanhecendo hoje num avião, deveria estar abrindo a janelinha e visualizando terras familiares, pedaço de oceano Atlântico reluzindo com aquele azul forte que só existe lá. Mas a janelinha que está na minha frente me mostra uma rua que também já é minha, e por isso até já me é familiar também. Não existem amarelos e nem verdes tropicais, e o doce das frutas vermelhas substituem as laranjas e amarelas que cresceram junto comigo. Não é sem prazer que resolvi estar aqui, e não foi por maldade que resolvi não voltar. Escolhi ficar. Cada passo sem pensar, um novo dia, um novo lugar. Cada passo bem pensado, novos dias no mesmo novo lugar. O "dia do fico" foi comemorado com gosto! Se for pro bem de todos e felicidade geral da nação, digam que eu fico! Sem mais. Por enquanto.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Frescor da estação, frescor da gente...







Está esquentando, e não é só o clima, o ar, o tempo. A calça de pijama já incomoda, o shortinho ousado voltando a reinar. Músicas em batidas rápidas ou melodias serenas, como brisa de verão. Ventinhos mornos, árvores verdes, jardins coloridos, e nós. No meio da bagunça, risos em máxima frequência. Encontro que deu certo, como tantos outros já vividos antes. Uma época só nossa, e só quem está com a gente consegue entender. Está quente e nós estamos fervendo, correndo como hippies dos anos 60, "sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos". E estamos felizes. Eu estou feliz. Comprei até uma vela pra agradecer numa prece, mas a pressa foi tanta na estação que a sacola caiu, o vidro partiu, a vela não tem mais copo, mas continua inteirinha. Me identifiquei com ela. Cai e levanta sem arranhão. Agora sim ela merece uma reza com fé. Minha fé no calor da estação mais viva, e é bem como me sinto: viva. Meu sangue borbulhando, meu coração em êxtase, um iê iê iê sentimental, um amor romântico por mim mesma. Não há maior prazer. Quer dizer...deve haver pra você, mas para mim, tem sido uma satisfação só, a liberdade de ser, de fazer, de querer e ter, bem como eu havia sonhado há tão pouco tempo atrás. Ter o mundo parecia tão distante, e agora eu o tenho. Aqui pertinho de mim e dos meus delírios mais aventureiros. Perigo seria não aproveitar, desperdício seria deixar passar. Perigo é não viver, desperdício é não usar os risos, sorrisos, as gargalhadas. Tudo isso tem inundado o nosso dia-a-dia, e os dias estão passando como o frescor da nova estação. Quentinha, recebida com abraços acalourados e cada vez mais aventuras pra nossa coleção.