segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Confissões de uma adega




Não basta que eu crie os quinhentos mil planos, eu preciso é inventar. Não basta que sejam falíveis, tendo se dito infalíveis antes, a graça é não se contentar. Não é cabível tanto sonho, mas o que seria da vida sem o sonhar? Meio onírico, meio meu, e ainda a flutuar. Ganhou o dote, venceu a corrida, pulou do abismo, levou o prêmio. Meio onirício, meio meu, e ainda é o meu eu a levitar. Não tendo inspiração, me entrego ao vinho, deixo de ser minha, viro sua, viro do texto, de palavras de mãos dadas a me carregar. Não as controlo, elas palpitam, têm vida própria, impossível ignorar. Me embriago da falta de vergonha, o vinho do amor, ai meu coração a ponto de me entregar! E se por um deboche não encontrares graça, qual sorriso vai me recepcionar? Não basta meu charme, eu preciso que me aprove. Não basta meu gosto, preciso que você me prove. Vôos longínquos e independência no espírito exigem mais do que possa imaginar.

sábado, 22 de agosto de 2009

Sobre mim, para eles.




Falta um pouco mais de garra, uma paixão enlouquecida pelo próprio querer, falta ir buscar. Falta decidir, falta objetivo, falta a mim em mim mesma. Falta tanto, e há tanto pra encontrar, que às vezes desanimo, sinto desandar. É tanto querer misturado, que me embaralho na minha própria empolgação, e nela me aquieto. Mas se me pego distraída, envolvida em decisões, pego rotas próximas a vocês, e passeio por antigas frases suas. Eu nunca fui emocionalmente sozinha, e por muito tempo, foi fácil encontrar escolhas prontas, decisões fáceis. Virando um só eu, precisei do que falta hoje. E pra sair do caminho comum, do tédio e acomodação, penso no que vocês diriam, no que fariam, ou até, me diriam para fazer. Simples e cômodo, mas confortável e seguro. Não me culpo por não aceitar, me culpo por não me acostumar. Eu precisei reler a você para não me perder. Eu precisei de sua verdade para não desandar, precisei de sua sensibilidade pra me fortalecer, de sua presença para crescer. Quando mais me perco, só me acho em vocês. Vocês me fizeram assim e deve ser por vocês todo esse meu caminhar. Até quando? Talvez um dia as minhas estórias percam a graça. A minha fúria, a minha fuga e os meus desejos sejam incompreendidos. Os meus sonhos não sejam levados em consideração e o meu brilho se torne fosco e apagado. Mas enquanto ainda me resta essa agonia juvenil, saúde e “pernas para quê te quero”, eu vou até onde alcançar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mais 3 meses e eu viro 26‏.






"Você já sabe e me conhece muito bem
Eu sou capaz de ir e vou muito mais além
do que você imagina
Eu não desisto assim tão fácil meu amor
das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço e seu valor
o que eu quero dessa vida é ser feliz!
Eu não abro mão nem por você, nem por ninguém
eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus
vinte e poucos anos..."



Ora ora, não é que você chegou? E eu que achava que não seria tão dramático assim, que para mim não iria existir você, sua tal crise da idade. "Mas eu já tenho 20 e tantos anos!". Notaram? Não falo mais "vinte e poucos", já tenho simancol pros meus vinte e muitos, vinte e tantos. Nunca pensei em mentir idade, mas hoje não nego que já me incomodo com os meus "quase-vinte-e-seis". Meu Deus! 20 e SEIS. Falta o projeto pessoal, o projeto em conjunto, falta o muito e o inacabado se acabar, e falta por fim, eu me completar. Quanto trajeto ainda pra se finalizar hein...
Ainda estou pelo mundo, e me pergunto até quando essa necessidade vai me remediar. E de tão irremediável, remediado meu juízo está. Andei recebendo textos sobre isso aí...juízo, idade, a crise dos vinte e algo, e algo mais. Peço encarecidamente que parem de atentar meus pensamentos, que deixem em paz o meu Fantástico Mundo, que me deixem na Terra do Nunca, e que não me forcem a desacreditar. Quando eu voltar, prometo não decepcionar.