domingo, 29 de novembro de 2009

Take me to the sun!



"...e quando virei o rosto, vi meu sorriso nos lábios dele..."
(Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa)


*

Com um pouco de sorte e muito de acaso, tropecei em momentos que deviam ter vindo dentro de caixa de surpresa, com laçarote vermelho em volta e caixinha de música entre o papel de seda e celofane colorido. Caixinha de música, daquelas que a bailarina dança em cima quando se dá corda, sabe? Foram nesses momentos que ganhei os sorrisos mais marcantes, daqueles que a gente se vê pequena no olho do outro. Esses são de um brilho tão perfeito que dá vontade de nunca mais sair de dentro do dono do olhar. Quando a gente se vê na pupila do outro assim tão brilhante, a vontade que dá é de nunca mais passear longe daquele olhar. Mas bailarinas quando ficam presas na caixinha de música dançam tristes em apenas uma direção. Quando soltas entendem, que ficar presa num olhar não seria prisão, mas sim, eterna paixão. Bailarina se pinta, se enfeita, saltita, querendo chamar atenção. Sai andando por aí perdida, piadista da própria desilusão. As dores que te doem vão além de meras paixões. Bota no colo sua gente, suas ambições. Bailarina rodopia, adora mil direções. Às vezes, se enjoa. Se cansa. Se perde. Chora. E é nessas horas que te aparecem pupilas brilhantes, aonde ela se vê pequena e sorridente, em olhares que te fazem novamente dançar pelos verões.

sábado, 28 de novembro de 2009

Faz tempo...


Foto: Marrocos

"Questions of science,
science and progress
Don't speak as loud as my heart."


**


A espera ficou parada me olhando, e me perguntando se eu ainda ia. De repente ela deixou de fazer sentido. Como todas as outras coisas ditas e ouvidas, e guardadas. Sairam correndo enfileiradas, de mãos dadas, quando eu abri a porta e libertei. Era so isso que faltava, que fosse solto, liberado. E assim sairam correndo, como se antes enjauladas. Deixei de acreditar, deixei de esperar. Tinha tempo que não sentia, e não gostou de sentir. O estômago ficou vazio, o coração ficou vazio, a boca se emudeceu, as palavras se declararam desnecessárias. Pediram tempo pra respirar, dessa vez não queriam muito espetáculo. Estava quentinha, com mãos frias, pés frios, como aqueles que se aqueciam em você. Não sentiram sua falta mais. Sentiram sua ida, e te deram aquele adeus, que já estava acostumada a dar. Tantos pactos, planos e sonhos em vão, tanta coisa desabando e eu sem chão. Pelo menos, só por essa noite.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Promessa é dívida!


"Não há nada mais poderoso do que uma idéia cujo momento chegou."
(Víctor Hugo)

*

Amarrei uma fitinha do Bonfim branca no braço, e entre os três pedidos, deixei de fazer um. Fica como crédito para a beirada do próximo abismo, para o salto do próximo obstáculo, a tacada de mestre no próximo jogo, o próximo pulo do gato, as próprias próximas sete vidas. Tô querendo tanto um bem maior que quase faço macumba, um ebô. Patuá e rabo de coelho, nome no mel, sei lá mais o quê. Não é nada assim que pertença a alguém, nem mesmo envolve gente, é só algo meu. Não há plano de costurar nome de algum miserável em boca de sapo, nem de congelar papel com nome de chato. Não tenho maldade, e se a mim tentar derrubar, tenho corpo fechado, e um anjo da guarda de arrasar! Mas já fiz promessa, dívida, plano e sonho. Já acendi vela e já preparei a casa, a rua, e a avenida. Não é possível que não vá se realizar! Minha conta com o céu anda alta, mas não há nada que um coração dos bons não possa pagar.

=)

I´m a bird, you know that i am...


"well I just wanna laugh my way through life
and no worry about whether they think what I'm doing is wrong or right
cause ive got so much to learn
and you know this fires just dying to burn...

I think its time to leave....
can I have the guest check please?
I'm saying good-bye, to all the comfortable things
I'm going out living my life, gonna see what a little livin' will bring
cause I've seen things from a different view
and I realize all the things I already knew"


*

Haveria um tempo em que seus finos saltos nem mesmo marcariam o chão. Passaria como pluma, sobrevoando o que estivesse gasto e vislumbrando em frente, um limpo e novo asfalto. Porque eu não me canso de decepcionar clichês, e de manter esses sonhos altos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Seja coragem ou petulância, eu pulo!





"Antes de saltarmos de pára-quedas, minha filha e eu, olhando embaixo a terra redonda ali da porta do avião, paralisadas, ouvimos de um instrutor: "Corajoso não é o que não tem medo, corajoso é quem tem medo e pula. O outro é um irresponsável."

E nós pulamos.

Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time."

(Maitê Proença - Uma vida inventada)


*


Pouco a pouco me vejo alcançando a tudo que sempre sonhei. Não existe satisfação maior, posso garantir hoje. E se meu futuro for metade do que tem sido meu presente, ainda serei a pessoa mais feliz desse mundo todo. E é bem esse mundo todo que me enche de vida, e dessa sede incrível de querer mais e mais dele. Não existe troféu maior de conquista do que a vivência, não existe sensação melhor no meu momento, como quando planejo a próxima viagem, compro a próxima passagem, e me jogo na próxima aventura. Quem já me julgou inconsequente jamais imaginou que eu fosse conseguir, em cima das minhas inconsequências, construir um caminho coerente. Mas a filosofia é antiga meu caro, e ela mesma prega por aí as complexidades da gente, diz que "o universo é a harmonia de contrários", e diz também que "o problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance". Então eu não resisto às minhas. Pior (ou melhor!), eu as agarro e não solto até que tenha certeza que não vão embora antes que eu as realize. E se vier a calhar, pago o preço, custe o que custar, nem que eu precise fingir, com um ar petulante, não me importar em pagar. Então, seguindo o ritmo tentador dos descobrimentos, próxima parada: Marrocos. Mal posso esperar!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O que você vê, quem você é!


Houve uma conexão instantânea com a banda. A voz rouca do vocalista cantando obsenidades na minha mente criativa, a batida fria combinando com o lugar, minha nova casa, que também foi quase identificação imediata. "In the dark of the night i can hear you calling my name". Ouvi por muito tempo meu nome ecoando nas ruas. Evitei olhar. Senti arrepios, calafrios, me envolvi na cidade. "Lay where you're laying, don't make a sound...I know they're watching, they're watching...". Não queria ser assistida, deliciava-se com o anonimato, o rosto desconhecido em meio a tantos povos misturados. Gostou de se misturar, mas em meio ao todo, quis ser mais do que a soma das partes. Descobriu a capa do CD. Gestalt. Fez sentido, como tudo sempre faz algum tempo depois. Já tinha aprendido: "O todo é mais do que a soma das partes que o constituem." Sabia ser mais do que...mais do que a soma, mais do que o todo, mais do que o tudo."If it's not forever, if it's just tonight...Oh it's still the greatest, the greatest...". E a batida continuava em tom de suspense, em todo o tempo, uma batida acelerada, contaminada. Uma cidade que não te deixa parado. "You know that you can use somebody!". Usou. A si mesma. Diariamente. Ferveu em chamas de pensamentos, deitou e rolou na liberdade, fugindo do tempo sequestrado. "Hot as a fever, rattling bones...I can just taste it, taste it..." Provou. Tudo que quis. Tudo que se permitiu. E gostou. "All the time we shared, it was precious to me". E para fazer valer a pose de possessiva, não gosto também quando músicas que me aposso se tornam tão tocadas, tão manjadas. Sinto um ciúmes e um sentimento de posse terrível, não gosto de dividir minhas músicas assim! "Off in the night, while you live it up, I'm off to sleep...Waging wars to shape the poet and the beat...I hope it's gonna make you notice...". Mas duvido que tenham percebido além. E só para ser menos dona de tudo, vou dividir aqui: "A palavra Gestalt tem origem alemã e surgiu de uma tradução da Bíblia, significando "o que é colocado diante dos olhos, exposto aos olhares". Hoje adotada no mundo inteiro significa um processo de dar forma ou configuração. Gestalt significa uma integração de partes em oposição à soma do todo." Agora olha lá a capa do CD e me diz: o que você vê?

Azeitona Verde


- Eu amo azeitona!
- Prefere a preta ou a verde?
- A verde!
- Eu gosto mais da preta...
(...)
- Futebol?
- Não gosta? Pra qual time você torce?
- Pra nenhum. Brasil em Copa do Mundo, e só.
- Risos
(...)
- Lugar lindo, né? Uma paz...você ficaria aqui um mês inteiro?
- Ficaria... (...) e você?
- Não.
(...)


Os passos não andam no mesmo compasso, a risada nem tem tanta graça. E até para quem nunca falta assunto, o silêncio calou a voz. Quietinha. Como pouco se vê. Como algumas vezes até quis ser. E enquanto parecia séria por fora (o que também não te pareceu comum, e portanto, muito menos te pareceu divertido) ficou lá pensando: até que ponto temos que concordar em tudo, até que ponto toleramos a discordância de jeitos e de tudo? Contrários se completam? Opostos se atraem? Ou uma metade da laranja precisa ser igual à outra? Qual é a fórmula para iluminar meu olhar? De onde vem a bobagem dita que conquista meu riso sincero? Que regra tem esse meu coração que escolhe sem saber explicar, e para qual delas eu ainda vou me entregar? Difícil te dizer, mas quanto mais me conheço, menos eu entendo esse meu "músculo involuntário" que não gosta de se explicar! Teimoso, temperamental, e com gostos próprios, típicos, originais, persistentes. Que repara em mãos, olhos e sorrisos. Que repara em costas, ainda que deteste que te dêem as costas. Que seleciona muito o que ouve, acredita muito no que vê. Do pouco que sei, garanto não gostar de silêncios vazios. Silêncios desconfortáveis. Silêncios que dizem mais do que não está sendo dito. Silêncio por silêncio, prefiro o meu próprio. Nele eu deito e me esparramo. Fico à vontade comigo mesma. Isso sim passa paz. Uma vez ouvi dizer que, descobrimos o quanto somos íntimos de alguém quando o silêncio entre as duas pessoas já não incomoda a ponto de ficarem tendo que criar assuntos, para não deixar o silêncio inundar o ambiente de vácuo e o rosto de timidez. Sou tão íntima de mim mesma que não há rubor na face e nem desconforto que tire a paz da minha companhia. Detesto forçar paixão e dispenso gente que não me acrescente, do meu lado. Dispenso companhia que só ganha o título pela presença física, e faço valer aquele ditado antigo e certeiro: "antes só do que mal acompanhado!". Graças a Deus!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mulher de fases


"Ela é "pró" na arte de pentelhar e aziar
É campeã do mundo
A raiva era tanta que eu nem reparei que a lua diminuia
A doida tá me beijando há horas
Disse que se for sem eu não quer viver mais não
Me diz, Deus, o que é que eu faço agora?
Se me olhando desse jeito ela me tem na mão
"Meu filho, aguenta.
Quem mandou você gostar
Dessa mulher de fases?"


**


Ainda escolho ir pela intuição, ainda torço pelo lado do coração, ainda brigo por satisfação. E se for preciso, mudo de fases quantas vezes sentir vontade, em apenas um dia. Essa sou eu. E se eu pudesse escolher, seria eu mesma mil vezes. Sou eu mesma com muito prazer em ser. Com licença, tenho pressa em viver!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Obrigada!


Saudade quando sufoca insiste em fazer a gente revirar as gavetas, as cartas, fatos e fotos. Minhas malas são carregadas de um passado que não consigo deixar para trás. Pra ser sincera, não me preocupo em revirá-lo do avesso, em fazê-lo deixar de ser. Guardo com apego, com lágrimas de já não poder ter, com um amor indescritível pelo que já não pode mais ser. Eu amo demais vocês que fazem parte de mim. Não tenho como agradecer pelos comentários, críticas e elogios. Tudo que sou, devo também a vocês. Minhas almas companheiras, meus parceiros de vida, meus amores eternos...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Lar Doce Lar!






"Quando o sol se põe
Vem o farol
Iluminar as águas da Bahia
No Farol da Barra, o encontro é pouco
A conversa é curta, tudo é tão rápido como
se furta
Como a luz bate nas águas
Como tudo que se passa
Com tanto cabeludo, com tanto pôr-do-sol
Bem cabia uma profecia: até o ano 2000,
O Farol além do pôr-do-sol
será o pôr-do-som
Onde verás uma realejo, onde verás um violão..."
(Farol da Barra - Novos Baianos)


**

Se saudade tivesse um nome próprio a cada dor de falta que ela dá na gente, hoje saudade se chamaria Porto da Barra, se chamaria sol de Salvador, se chamaria céu da Bahia, se chamaria calor dos amigos de lá, das coisas que só tenho lá. Hoje saudade sairia cega, pegaria um avião com o coração em chamas, correndo pros braços da Baía de Todos os Santos. Admiraria o contorno do litoral quando o avião estivesse chegando, sentiria orgulho da cor do mar e do calor que se sente antes mesmo de pousar. Hoje eu acordaria em casa, sairia por ruas que tomei posse desde que me dou por gente, vestiria quase nada e me sentiria à vontade. Cumprimentaria o porteiro, o moço da vendinha, o vendedor de água de côco. Andaria descalça, prenderia o cabelo reclamando do calor. Gritaria Maria pra fazer suco, beberia suco. De goiaba, de melancia, de cajú, de cajá e de umbu. Com bastante gelo. Estenderia a canga na areia e me deitaria sob o sol. Conversaria bobagens, sorriria sem motivos, faria charme. Hoje eu ficaria na Barra até o pôr-do-sol e participaria da salva de palmas quando ele se fosse. Eu iria sem pressa no açaí de Ondina, passaria no salão com a desculpa de fazer a unha, só para jogar conversa fora com a manicure. Eu a abraçaria apertado, mesmo que tivesse só uma semana sem vê-la. Eu contaria minhas peripércias pra cabeleleira e pro padeiro da esquina, eu combinaria a quintadelas com as meninas e nos arrumaríamos bebendo Tang com Vodka e conversando em códigos. Falaria sem pensar. Sem fazer sala e nem cerimônia. Eu mandaria mensagem gaiata pros amigos, marcaria o carangueijo, a maniçoba e a feijoada. Finalizaria a noite no Caminho de Casa, esperando Renatão trazer mais um baldinho de cerveja. Eu faria amizade com mais um garçom e teria mesa esperando assim que chegasse. Eu faria amizade também em banheiro de festa e em fila de supermercado, e daria risada do gaiato do carro do lado querendo jogar o celular pela minha janela. Eu iria correr na orla repensando em tudo que ainda preciso fazer e analisando tudo que já fiz. Eu iria pra Praia do Forte no final de semana e tomaria roska de mangaba no Souza. Reclamaria do calor, mais uma vez, mas não negaria o bolinho de peixe que, de tão quente, sempre queima a língua. Acordaria tarde e com sede de praia, perguntaria sobre meu futuro a Seu João, o vidente que vende picolé. Hoje eu visitaria minha vó e Tivó. Responderia todas as perguntas curiosas e aceitaria um pouquinho mais de bolo e cuscuz, mesmo que já estivesse de barriga cheia. Hoje eu brigaria com minhas irmãs por não darem banho em Sushi e, no final, eu mesma daria. Hoje eu iria até a porta do quarto delas para saber se já chegaram em casa. Futucaria as coisas delas para saber o que andam aprontando. Hoje eu não dormiria para ficar acordada fofocando com minha mãe. Hoje eu deitaria no colo dela sem tempo pra levantar, ficaria de mãos dadas sentindo a mãozinha dela menor que a minha. Olharia seu olhar protetor e guardaria bem a imagem pra nunca esquecer. Hoje eu iria na Ilha e cataria conchinhas e as mangas recém caídas do pé. Eu pediria por vatapá, por farofa e por moqueca. Hoje eu nadaria até o flutuador e só sairia do mar quando já estivesse enrugada. Hoje eu ficaria numa pocinha apreciando os peixinhos coloridos, e rindo das Marias Pretas enfezadas. Hoje eu inventaria. De aprender a surfar, de fazer mergulho em Noronha, de roubar um banco pra conhecer o Tahiti, de fugir pra Tailândia, de morar na Europa, de mudar de curso, de mudar de cidade, de mudar de vida. E estaria exatamente aonde estou, aonde tanto quis estar...e me daria direito, de tempos em tempos, de sentir essa saudade guardada de lá.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Dela





Se tenho bem maior que esse, eu ainda não sei. Mas se tem bem pelo qual eu agradeça a ela, seria o da escrita. Então aí vai um dela pra mim, o seu curumim!

**


"Curumim
Sabe o que é festa
Canta na selva
Fala pra mim
Curumim
Deita na rede
Dorme gostoso
Brinca com sede
Se banha nas águas
Fala de mim
Curumim
De olhos encantados
Leva seu cocar
Deixa pintar seu corpo
Corre solto
Sabe o que é amar
Pula com os outros. Mas...
Curumim às vezes fica triste
Então alguém chega e insiste
Para Curumim se alegrar
Toda a tribo vem lhe beijar
E Curumim foi crescendo assim
Sempre engraçado...
Basta olhar seus passos
Basta poder lhe abraçar
Curumim é lindo na floresta
De lá saem muitos curumins
Mas sempre se lembram
com saudade
e sabem
o caminho de voltar
pelas matas verdes
pelos rios cheios de peixes
pelas pedras preciosas
que os Xamãs soltam no ar!"

:)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um dia pra chamar de meu!


"Os dias de nossas vidas transcorrem lentamente,
para nos dar tempo de apreciar e viver plenamente
cada uma das situações que o destino nos oferece."


**

Foi preciso me perder e me reencontrar. Foi preciso perder outros e te achar. Foi preciso perder lar e bens. Foi preciso reconstruir minha moradia, meu coração, meus caquinhos no chão. Foi preciso me prender e me soltar. Me jogar e me libertar. Foi preciso não saber, pra descobrir. Foi preciso não fazer, pra me mexer. Foi preciso trocar a rota, o repertório, o texto, o discurso. Foi preciso mudar o passo, o caminho, o riso. Foi preciso ter novas lágrimas pra chorar, novos motivos pra festejar. Foi preciso me odiar pra me amar, te perder pra te desamar. Foi preciso chuva para que fizesse sol. Foi preciso me despedaçar pra me reconstruir. Foi preciso me criar para forte ficar. E foi preciso acreditar que tudo isso aconteceria exatamente assim.