terça-feira, 31 de maio de 2011

t.p.m.






TPM pede um grito, pede um poço, um infinito. TPM pede, ordena e comunica, que precisa de um momento, uma pílula matutina, um break, uma pizza, tudo junto e tudo em cima, um transbordo, um super clima, um impulso feminista, uma sombra que fascina, uma fuga repentina. Tchau.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ofegante.



"Às vezes o que me falta é descanso. O que me escapa é a pausa. Como se em uma distração a vida pudesse fugir. Minha respiração é curta como é rápido o meu pulso. Sempre alerta. A postos para não parar. Ainda mais com uma vida outra batendo fora de mim, um amor de pernas e braços que caminha sem fim pra ganhar o mundo. Tenho fobia do não fazer. E penso tanto, que nem cabe na fala. As 24 horas do dia, dou um jeito de transformar em 30, nem que seja no silêncio da madrugada. A vida sempre me diz "Não tente me controlar", mas eu finjo que não entendo. O que ela quer de mim é coragem, já disse o João. E eu faço de conta que sou corajosa. Mas faço tão bonito, que ela até acredita."

Cristina Guerra - Amor e Ponto

Meu novo achado me descreveu muito bem.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

sujeira


"Amiga, pare de contar pras pessoas que Papai Noel não existe! Elas precisam descobrir por si próprias!"

Falling star


"Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha,
Será que é uma estrela?
Será que é mentira?
Será que é comédia?
Será que é divina a vida da atriz?
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida"
Beatriz - Chico Buarque

*


Nasceu número de alma, 8. Invertido, o infinito. Missão de vida, sete. Sete vidas. Sete amores. Não conhecia música com seu nome. Haveriam por aí Beatrizes, Lucianas, Milas, Carolinas e Dianas. Infinitas Macabéas à sua exigente vista. Elas sim foram cantadas com direito a refrão. Mesmo já tendo ouvido que era "irritantemente linda" e "perigosamente inteligente", não era dona de nenhuma canção. E não por falta de merecimento, e nem por falta de músicas presenteadas. É, era certo que após a tal missão, estrela luminosa despencaria do céu feito um diamante polido. Num ano sete, com uma missão de vida sete, a numerologia a colocou num inferno astral, à beira de uma overdose de informações, nessa abstinência do que não se pode mais ter, reprojetando com todo cuidado calculado as suas novas re-significações.

Ela teria sua própria música. Algo a dizia que sim, ela teria.

Amor?

Para vestir a camisa e vender o peixe, e, de quebra, informar a quem se interessa sobre a programação cultural de Salvador, aí está o site do programa da TVE, o Soterópolis.

http://www.irdeb.ba.gov.br/soteropolis/

E já que estou recomendando a mercadoria, aí vai uma amostra do produto.

"Numa mistura entre documentário e ficção, Amor?, novo longa-metragem dirigido por João Jardim, aborda as relações amorosas que envolvem violência – seja ela moral ou física.




Entremeado por cenas poéticas de um mergulho no mar, um banho despretensioso, corpos que se procuram e se tocam, o filme traz relatos verdadeiros e surpreendentes de quem já viveu relacionamentos em que a violência era parte de um cotidiano muitas vezes doentio e outras vezes foi a pedra de toque para o despertar de uma nova fase.

No entanto, devido à delicadeza do tema, em vez de revalar as identidades de seus entrevistados, Amor? traz atores e atrizes interpretam esses depoimentos. “São relatos muitos sinceros de pessoas que viveram situações que envolvem ciúmes, culpa, paixão e poder. Até pensei em mostrar os verdadeiros personagens na tela, mas, além da privacidade de cada um, havia a privacidade do parceiro de quem falavam”, conta Jardim.

A fase de pesquisas, realizada em centros, organizações e delegacias, consumiu um ano de trabalho. Foram gravadas 50 entrevistas. Destas, oito foram selecionadas para serem interpretadas.

Amor?, em tão pouco tempo, já arrebatou o troféu de melhor filme, conferido pelo júri popular no Festival de Brasília em novembro do ano passado.






Pra quem não conhece o diretor, João Jardim foi codiretor do documentário Lixo Extraordinário (2010), que recebeu Prêmio Especial do júri e melhor documentário no Festival de Paulínia de 2010, Prêmio Festival de Berlim e no Sundance Film Festival. Além disso, dirigiu Janela da Alma (2002) – codirigido com o fotógrafo Walter Carvalho e Pro Dia Nascer Feliz (2005)."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dia-a-dia




Eu queria ter um espaço acústico portátil na bolsa para aqueles momentinhos do dia em que somente um grito poderoso é capaz de aliviar o stress do cotidiano. Cotidiano, com aquilo tudo repetidinho diariamente, me inunda de um tédio alarmante. Falo em alarme porque chego até a escutar o click sonoro na minha cabeça, que parece constar até legenda: - Hora de mudar tudo!

Nesses dias eu planejo mudar a posição da cama no meu quarto, pintar a parede de uma nova cor, inventar um novo corte de cabelo ou qualquer mudança capilar que me permitisse me olhar no espelho e me sentir renovada. Nesses dias eu mudaria de cidade e até de país. Pintaria o criado mudo de azul, mudaria até seu nome pra criado falante (não me agrada silêncio em excesso). Inventaria um novo hobbie, começaria um novo livro, iria num barzinho novo, ouviria uma nova música, provaria uma nova comida, e se tivesse sorte, uma nova bebida. Procuraria por aula de dança flamenca, talvez de jazz, com algum esforço quem sabe um pilates. Me interessaria por aula de gastronomia, por curso de línguas que ainda não falo, por viagens a lugares que ainda não conheço. Até voltaria a países aos quais já tenho opinião formada, só pra criar novas. Me abriria pra novos olhares, e de fato, iria com novos olhos.

Nessa busca desenfreada pelo conhecimento, tenho descoberto novos autores, novos blogs, novas leituras, novas exposições, e outras tantas formas de cultura. Tem sido fascinante, e às vezes enlouquecedor. É tanto pra ser visto, que minhas sinapses nervosas vibram e meu coração bombardeia sangue pelas veias a ritmo de uma velocidade ensandecida. E há uma vaidade enorme em cada novo conceito que eu adquiro, me sinto lisonjeada por ser presenteada com tanto.

É bem como se dissesse: o destino insiste em você, aproveite. É bem como se agora, com tanto acontecendo, eu quisesse contar e precisasse, para isso, acalmar num papel a euforia que está aqui dentro. São agitações quase que vestidas de gente, com mamãe sacode na mão, confete e serpentina. Meu ego fazendo a festa e todo o resto acompanhando.

Dos estímulos, os melhores, conto com uma nova sala de trabalho na qual me encontro agora. Nas paredes, posters, cartazes, postais e fotografias das mais variadas. Progragandas, anúncio de shows, de palestras e passeatas. E porque não fazemos mais delas? Porque não protestamos e ajudamos esse país a receber o que merece? Porque nos acostumamos a enxergar essa selvageria e achar que nada nunca vai mudar? Posso estar sendo mais uma menina ingênua que sonha com um futuro melhor pro seu país, mas como diria John Lennon: "i hope someday you join us". E espero de verdade. Por mais dignidade e amor, vale a pena até ser clichê hoje nesse escrito aqui.

P.S: Eu não sou nenhuma ativista, mas admiro a paixão dos que são. Se alguém souber onde posso encontrá-los, me avise. Tenho a leve impressão de que essa garra apaixonada e tão excitante só se encontra hoje em filmes.

P.S.2: Coincidência ou não, acabo de receber uma passagem de Osho que achei que valia a pena dividir com vocês.

"Você só recebe aquilo que tem, porque aquilo que você tem se torna uma força magnética, atrai algo semelhante. É como um bêbado que chega a uma cidade: logo ele vai encontrar outros bêbados. Se um jogador chegar a uma cidade, logo ele se tornará conhecido dos outros jogadores. Se um ladrão chegar a uma cidade, logo ele encontrará outros... ladrões. Se um buscador da verdade chegar à cidade, ele vai encontrar outros buscadores. Tudo que criamos em nós se torna um centro magnético, cria certo campo de energia. E nesse campo de energia as coisas começam a acontecer.
Assim, se você quer as bênçãos da existência, deve criar toda a bem-aventurança de que for capaz, deve dar o máximo de si, então uma bem-aventurança multiplicada por mil será sua. Quanto mais você tiver, mais receberá.
Quando esse segredo for compreendido, você ficará cada vez mais rico interiormente, sua alegria será cada vez mais profunda. E não há fim para o êxtase — você tem apenas de começar na direção certa." Osho - Meditações para a noite

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Mudernidades"









Num século no qual até a minha vó tem msn, facebook, orkut,e me envia, no mínimo, 5 emails de "correntes" por dia, as redes sociais confundem até os mais moderninhos...Vide diálogo no facebook chat:

- Sumiiiiiida!
Fui!
- Doiiiiido!
Fui!
- Hahahahaha!! Doido é sacanagem!
Fui!
- Venha cá...por acaso isso aqui é um walk-talk onde o "fui" substitui o "câmbio"?


E se o facebook é um dos retratos do mundo moderno, vale lembrar que, por conceito de arte moderna entende-se "uma nova abordagem da arte em um momento no qual não mais era importante que ela representasse literalmente um assunto ou objeto". Vulgarmente falando, é aquela arte que você olha e pensa: ué, eu poderia ter feito isso aí!- mas não fez! Não querendo desmerecer grandes nomes como o de Tarsila Amaral, Salvador Dali, Frida Kahlo, Pablo Picasso e Andy Warhol. Mas pensar nesse sentido me fez lembrar que, segundo o filme que conta a história do Facebook, foi bem mais ou menos por aí mesmo...três estudantes da Universidade de Harvard acusam Mark Zuckerberg, o nerd criador do site, de terem roubado a sua idéia(Simples assim!). Então eu pergunto: se fosse tão simples, porque não fez você mesmo sua arte moderna, cara pálida? É, meu amigo, arte moderna hoje em dia é provida até pela internet. Criou, virou arte!Viagem minha ou não, o fato é que, no mundo atual, onde você pensa em algo e algo já está construído, mais vale o bico calado do que idéias voando. "Fui!"

Bazar de sonhos



Você me disse que eu deveria brilhar. Eu segui o seu conselho. Estou quase um cometa Halley que se despedaça na via láctea e larga seus pedaços feito chuva caindo no planeta Terra. Ahh, e sabe o que encontrei por lá? Baús espalhados e lotados num grande bazar de sonhos! Sabe quando as pessoas abrem mão dos seus sonhos? Eles não se perdem, baby! Eles flutuam no espaço, onde a gravidade não exige posições! Não é fantástico? E com tanta intimidade com o cosmos, andei ouvindo vozes. Desconfio que sejam minhas também, mas ainda é cedo para atestado de insanidade. Há uma vida tão promissora esperando por mais loucuras, que uma mera chuva de meteoritos parece até celebração dos sonhos. Acho que eles saltitaram fora dos seus baús e o grande bazar está em liquidação! Vende-se sonhos, mas vale mais criar o seu! Enquanto a Astronomia prevê estrelas cadentes dando vôos kamikazes pela atmosfera mundo afora, o meu mundo aqui dentro explode de estrelas vivas (Sim, porque algum dia me disseram que estrelas eram mortas) loucas para se espalhar!

Stand and stare, é o que eu diria.

Surprise!


"Acho bom que seja alguma coisa!" - Pensou, ao ler a mensagem que acabara de receber. Não costumava ter surpresas te esperando do lado de fora da sua porta, exceto quando o passado havia batido com um cachorro no colo, ou ele mesmo in person numa noite estranha.

Medo de abrir a porta. Vestida apenas com uma lingerie, espiou pela brechinha de vidro jateado do lado da porta. Não via nada.

Voltou ao quarto, ligou pra o número desconhecido. Em vão.

Ligou para uma amiga. No dia em que Bin Laden foi dado como morto pelos Estados Unidos após uma década foragido, e que, naturalmente, ele era o assunto de 10 entre 10 conversas, a resposta que ouviu foi: "será que é Osama?"
Risos.

Vestiu um hobbie de seda preto. Voltou até a porta, mas não tinha coragem de abrir. E se for assalto? E se me sequestram? E se for um bolo? (ué, mas não é meu aniversário!) E se forem flores? E se...
Bem,

Entre bombons, flores, e ursinhos de pelúcia...ME DÊ UM SAPATO!!!

Dona de espaços




Chove na cidade da festa, chove nas calçadas claras um céu escuro. Já não chovem os olhos meus, e é de conforto que vivem hoje os meus pés cor de gelo. Carros buzinam lá fora, e aqui dentro, meu coração estacionado num canto seguro do meu peito. O calor do chá que fervi pra viver o outono, o canto de cama onde se deitam livros e histórias. Dos outros, minhas, nossas. O seu lado vazio preenchido por páginas, onde me foram dadas lacunas em branco. Essas mesmas que me esquentam a alma e me esfriam a espinha. É de um hedonismo triunfante essa arte do preenchimento, e confesso, sou feita desses momentos. Sou espaços onde eu mesma me completo, sou a graça que coloco em sorrisos, sou olhos afoitos por aprendizados, e sou mãos que seguram com leveza e ao mesmo tempo agarram.
*

Fotos Ruth Orkin no: http://everyday-i-show.livejournal.com/113204.html