



"Antes de saltarmos de pára-quedas, minha filha e eu, olhando embaixo a terra redonda ali da porta do avião, paralisadas, ouvimos de um instrutor: "Corajoso não é o que não tem medo, corajoso é quem tem medo e pula. O outro é um irresponsável."
E nós pulamos.
Neste mundo não há saída: há os que assistem, entediados, ao tempo passar da janela, e há os afoitos, que agarram a vida pelos colarinhos. Carimbada de hematomas, reconheço, sou do segundo time."
(Maitê Proença - Uma vida inventada)
*
Pouco a pouco me vejo alcançando a tudo que sempre sonhei. Não existe satisfação maior, posso garantir hoje. E se meu futuro for metade do que tem sido meu presente, ainda serei a pessoa mais feliz desse mundo todo. E é bem esse mundo todo que me enche de vida, e dessa sede incrível de querer mais e mais dele. Não existe troféu maior de conquista do que a vivência, não existe sensação melhor no meu momento, como quando planejo a próxima viagem, compro a próxima passagem, e me jogo na próxima aventura. Quem já me julgou inconsequente jamais imaginou que eu fosse conseguir, em cima das minhas inconsequências, construir um caminho coerente. Mas a filosofia é antiga meu caro, e ela mesma prega por aí as complexidades da gente, diz que "o universo é a harmonia de contrários", e diz também que "o problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance". Então eu não resisto às minhas. Pior (ou melhor!), eu as agarro e não solto até que tenha certeza que não vão embora antes que eu as realize. E se vier a calhar, pago o preço, custe o que custar, nem que eu precise fingir, com um ar petulante, não me importar em pagar. Então, seguindo o ritmo tentador dos descobrimentos, próxima parada: Marrocos. Mal posso esperar!
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