terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Self Protection



Fiz uma pintura na mão com uma marroquina chamada Jamilla. A moça me enganou direitinho. Se mostrou a mais simpática das criaturas, disse que eu poderia pagar o quanto quisesse, já que era a sua primeira cliente do dia, e no final me levou dez euros, quando eu queria pagar apenas cinco. Perguntou quanto eu queria que durasse, eu disse que um dia seria suficiente. Na verdade era só pra me sentir inserida na cultura deles, sabe? Queria provar a comida, vestir véu e pintar as mãos. O fato é que já tem uma semana e essa pintura não desgruda da minha pele. Ou pior, está sumindo aos poucos, e agora até me parece um vitiligo salafrário. A coisa não tá bonita, mas entre tantos talismãs, um a mais, um a menos, que diferença vai me fazer, nao é? E por falar em talismãs, no meio da pechincha na medina, faturei diversas "Mãos de Fátima". Já conhecia seu "poder" protetor, mas voltando pra casa, fiz questão de pesquisar no wikipedia a sua mais completa tradução. Encontrei o seguinte:

"A Hamsá - ou Mão de Fátima - é um talismã usado por alguns muçulmanos que acreditam que ele pode afastar o mau-olhado. Também é usado como talismã no judaísmo, por vezes adornado com estrelas de Davi. Segundo a tradição judaica, esta é a mão de Miriam, irmã de Moisés e Arão, profetas que conduziram o povo judeu do Egipto à Terra Prometida. Fatima bint Muhammad ou Fatima Zahra (forma aportuguesada: Fátima) foi uma das filhas de Maomé (Muhammad), profeta do Islão, e da sua primeira esposa Cadija. Faleceu em 632 em Medina. Quando Maomé adoeceu, Fátima ficou triste devido à ligação profunda que tinha com o pai. Segundo uma tradição (hadith) transmitida por Aicha, numa ocasião Fátima chorava por ver o pai doente, mas este consolou-a e Fátima sorriu. Após a morte de Maomé, Aicha perguntou a Fátima o que é que o pai lhe tinha dito naquela ocasião; segundo Fátima, Maomé disse-lhe que o anjo Gabriel fazia-lhe visitas mais regulares para lhe revelar o Alcorão e como tal Maomé pressentiu que a sua morte estava próxima. Maomé contou-lhe também que ela seria a primeira pessoa da família a juntar-se ao pai, a primeira a entrar no Paraíso."

Portanto, agora eu não só carrego no pescoço o meu nome e um símbolo do infinito. Não apenas uso um anel que meu pai me deu, não só carrego na bolsa um tercinho que minha mãe me mandou guardar lá, como também tenho uma mãozinha de Fátima entre todos os outros talismãs contra a maldade alheia. Afinal, para gente assim meio torta como eu, proteção nunca é demais! Eu bem quero garantir minha entrada no paraíso, mas esse é um projeto que, definitivamente, pode esperar! :D

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