segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Curtindo minha baianidade nagô!"






"Isso é pra te levar na fé
Deus é brasileiro
Muito obrigado axé

Quem tem santo é quem entende!

Quanto mais pra quem tem ogum
Missão e paz
Quanto mais pra quem tem ideais e
Os orixás

Joga as armas prá lá
Faz a festa

Joga as armas prá lá
Traz a orquestra"


*

Esse meu canto de cá nunca foi tão amado por mim. Mas fazer o que se as cores me seduziram e o brilho me enfeitiçou? Cidade de encantos e minha, inteiramente minha. Não há esquina que não possa ter a mim, não há avenida que eu não possa construir. E tem um gosto tão meu, com 'um tanto tão grande' de minha história, que eu ando saboreando esse sabor de sorrisos quentes, dias quentes, raios quentes de tudo em volta de mim. Eu ando tão no superlativo que não caibo apenas no hoje, e dei pra me conjugar em verbos de futuro ainda estando no presente, como se fosse uma premonição, uma espera, previsão. Me tentaram a ir numa cartomante, mas recuso receber meu futuro dito assim, em palavras de alguém que mal conhece a mim. Mania do povo de querer prever! Eu escolho não saber. Escolho alimentar minha intuição, minha pressa, minha garra e até essa agonia pela nova profissão. Ansiedade boa pelas caixinhas de surpresa que tenho sonhado e aberto com gosto, rasgando o papel com a fúria de uma criança no Natal. Se tivessem me contado antes - e digamos que sim, me contaram - eu não teria acreditado nessa euforia explosiva tomando conta de mim. Porém talvez, se tivesse me caído dos céus em qualquer outra época, minha guru espiritual, e ela tivesse me feito crer no poder do ser, me feito fechar os olhos e enxergar dentro de mim aquela capacidade de fazer acontecer...ah, aí talvez eu já tivesse construído um império! Então, por esse poderoso ar de conquistas de agora, eu agradeço a Deus que é brasileiro (e que de quebra, também deve ser baiano): "Muito Obrigado Axé!"

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dive, baby, dive!


"Pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por que, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar..."

Caio Fernando Abreu

*

Que indecifrável desejo e passível de manter-se por entre meus dedos, sem preocupar-se com durações de tempo. Segurava nas mãos como gotas de chuvas quando caem sobre si. Escorregando, mas ficando. Não importava entender. Como diria Clarice, entender enquadra, limita. "O bom é ser inteligente e não entender. Eh uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida". Era alguém que entendia do que te dava prazer, e por tempo tambem não questionado, isso te seria suficiente.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Aprendendo


"A denotação é justamente o resultado da união existente entre o significante e o significado, ou entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. A conotação resulta do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra, isto é, um outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura para outra, de uma classe social para outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa, mulher denotam praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca."

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Cabe a qualquer jornalista saber divulgar as notícias de forma objetiva e direta. Cabe a mim aprender a escrever no sentido denotativo. Sem dramas, Senhora esposa das palavras, mulher do jogo de letras, que junta e mistura alma em metáfora, o peito por escrito. Tudo por vontade de ver meu mundo construído.

domingo, 19 de setembro de 2010

Docinho


"Deixai correr sem susto as horas belas."
Machado de Assis

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A doçura dos momentos espontaneamente nossos, tão livres e tão nossos. Nem meu e nem seu, apenas nosso.