quarta-feira, 31 de março de 2010

Garden State


"- é engraçado, este colar me trouxe uma lembrança da minha mãe. Eu era pequeno e estava chorando por algum motivo e ela estava me abraçando e me ninando. E eu me lembro de ver as bolinhas dentro do colar balançando para frente e para trás. E um monte de catarro escorrendo do meu nariz e ela me deu sua manga e me disse para eu assoar o nariz nela. Eu me lembro de que pensei, mesmo pequeno, "puxa...isso é amor...isso é amor!"

[Garden State- Hora de voltar]


*


O colo que, hoje, é menor do que eu, mas incrivelmente maior do que qualquer dor que, qualquer dia, venha a existir em mim. E eu não poderia me imaginar sem esse canto, e não poderia imaginar sua ausência, porque a sua ausência, seria também a minha. Sem você, eu não sou. Então, por favor, me dê a mão pra eternidade, seja meu ar, minha liberdade. Respire por mim, tenha saúde e serenidade. Eu preciso de você bem, só Deus sabe o quanto, eu preciso de você bem.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O que fica


"Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere,
Or would it be a waste?
Even if i knew my place
should i leave it there?"


*

Eu sei que o que peço é muito. Me desculpe por essa ambição, por querer e não imaginar não ter. Parece egoísta, e é. Eu sei que a minha insistência te preocupa. Porque eu insisto mesmo para que seja tudo meu, tudo que sonho e que não desisto de ter. E tem sido cansativo pra você suportar os meus pés no alto, tem te custado seu sono, sua morada, sua própria estrada. E, de forma injusta com a sua própria consciência, quando penso em você, é quando eu mais quero ser, te mostrar, acontecer. Toda essa ambição de lonjura, todos esses sonhos nas alturas, todos esses caprichos e vontades que não aceitam a mínima chance de não vir a ser. Mais do que cansativo, é um gasto de energia diário, porque é um pouco a pouco de esperanças e pensamentos autistas diariamente acumulados. E lá no fundinho, sempre aquela perguntinha se fazendo de despercebida, passeando fantasma pelos pensamentos mais afobados: porque?
E quando a porta me bate na cara, o que mais assombra é não saber. Não saber realmente até quando, e o quanto, eu ainda vou ter que perder. Não saber quanto ainda falta para que eu pague minhas dívidas pelas escolhas que ficaram pra trás, como tanta coisa que já ficou. Tudo que se foi, contra tudo que insiste em ficar. Apenas ficar. Ficar...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Feia


“Wabi-sabi, cara. É algo como: dê boas-vindas à imperfeição.
É a arte japonesa da impermanência. Wabi-sabi é otimista. É ver beleza onde pessoas menos criativas enxergam defeitos. É a aceitação da transitoriedade.
Wabi-sabi cultiva tudo que é autêntico ao reconhecer três realidades simples: nada dura, nada é completo: nada é perfeito”


*

Boa desculpa!

Mas quem falou em desculpas dessa vez?

Ando tão feia, tão incompleta, tão imperfeita, tão insatisfeita, que nem os textos estão merecendo aparecer por aqui. Mas eu não vou mais me desculpar, nem pra Deus, nem pros Santos, Anjos, e nem mais ninguém. Vou ser a errada agora, e vou me ver a torta agora, e vou ser a feia, a má, a vilã, a vadia, agora, somente agora, e por um mero louco instante. Porque comigo sempre foi 8 ou 80, se é pra melar, que seja logo de corpo inteiro. Então hoje não batam na minha porta, não me segurem pelo braço, não interrompam minha loucura, deixe que ela tome conta de cada um dos meus poros, bem feia e toda minha. Para que eu bata no chão, preciso ter tocado o topo, para que eu toque no topo, preciso ter partido do chão. Com licença.

*

Traduzindo a foto: "Existe uma rachadura em tudo. E é assim que a luz consegue entrar”.

paciente


"Meus dias passavam rápido como sonho
E você disse que eu saberia facilmente
Como chegar aonde eu queria..."

*

Quando o sentido se perde no meio do caminho, sem rastros, sem bagagem solta pela estrada, porque a bagagem não desgruda de você, que tipo de pista te deixam a toa para voltarem a se rever? Coisa estranha essa mudança na gente quando nem mesmo a gente parece se conhecer.

pois é...



"eu acredito é em suspiros,
mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis,
em alegrias explosivas,
em olhares faiscantes,
em sorrisos com os olhos,
em abraços que trazem pra vida da gente."



*

O resto não tem valido a pena,
e nem inspirado.