Sempre me atraí por mãos. Mãos me passam uma imagem forte, uma segurança forte, uma idéia de força mesmo. Quando meu pai morreu e eu não queria olhar para ele sem vida, olhei para suas mãos. Mesmo sem vida, pareciam fortes. E olhando para as minhas, até hoje vejo as dele. Quando mais preciso de força, aquela imagem me vem na cabeça sem nenhum esforço. Uma mão que me puxa me faz segura. Uma mão na minha cintura, me faz mulherzinha. Uma mão sozinha, me chama pra perto. Uma mão do meu lado, que pegue a minha. Não há nada que me proteja mais que uma mão segurando a minha. Não há cumplicidade maior que mãos lado a lado. Gosto de mãos que me tomam, que me tocam com leveza e também das que me puxam com força. Meu gosto é por mãos, e portanto, também adoro as minhas. Tudo que vejo, quero tocar. Tato, poderoso sentido do toque. E quanto sentido que faz!
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