quinta-feira, 18 de março de 2010

O que fica


"Should i give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere,
Or would it be a waste?
Even if i knew my place
should i leave it there?"


*

Eu sei que o que peço é muito. Me desculpe por essa ambição, por querer e não imaginar não ter. Parece egoísta, e é. Eu sei que a minha insistência te preocupa. Porque eu insisto mesmo para que seja tudo meu, tudo que sonho e que não desisto de ter. E tem sido cansativo pra você suportar os meus pés no alto, tem te custado seu sono, sua morada, sua própria estrada. E, de forma injusta com a sua própria consciência, quando penso em você, é quando eu mais quero ser, te mostrar, acontecer. Toda essa ambição de lonjura, todos esses sonhos nas alturas, todos esses caprichos e vontades que não aceitam a mínima chance de não vir a ser. Mais do que cansativo, é um gasto de energia diário, porque é um pouco a pouco de esperanças e pensamentos autistas diariamente acumulados. E lá no fundinho, sempre aquela perguntinha se fazendo de despercebida, passeando fantasma pelos pensamentos mais afobados: porque?
E quando a porta me bate na cara, o que mais assombra é não saber. Não saber realmente até quando, e o quanto, eu ainda vou ter que perder. Não saber quanto ainda falta para que eu pague minhas dívidas pelas escolhas que ficaram pra trás, como tanta coisa que já ficou. Tudo que se foi, contra tudo que insiste em ficar. Apenas ficar. Ficar...

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