segunda-feira, 12 de julho de 2010

Divided Soul


"Obrigado Srta. Alves,
A sua reserva foi efetuada com sucesso. Será enviada a confirmação para o seu e-mail."


E entao ficou aos prantos, ao som de Cassia Eller cantando "Estamos indo de volta pra casa...". Srta. Alves imaginava se alguem 'nesse mundo de meu Deus' poderia compreende-la, se alguem nesse planeta inteirinho poderia dizer a ela palavras sabias, que acalentassem sua dor, que acalmassem o seu medo, que entendessem a sua alma dividida. Sentia-se constantemente dividida, e nao conseguia explicar fielmente o sentimento, de forma que, as lagrimas sim, eram suas fieis companheiras da compreensao de um sentimento inexplicavel. Deixar pra tras era o que sentia, o que temia, o que ja a sufocava de dor de saudade, saudade de ambos, de tudo, ate do que ainda nao foi. De esquadros, de esquinas, de pontas de vida dividida. Saudade era sua sina, sua pagacao de pecado, de promessa, de escolhas de vida. E que injusta era a vida quando nos fazia escolher. Que injusto era nao poder carregar de forma que se pode tocar, sentir, viver em tempo presente todo aquele passado de gloria, de bagagem, de vivencia. Perderia o gosto de desafio que carregava na boca? Perderia o gosto de aventura que carregava na bolsa? Perderia o gosto de si mesma, tao repleta de sonhos, tao confiante em cada um dos seus planos, tao cheia de desejos insaciaveis de futuro? Nao queria nem dormir, pra nao perder nem um minuto do presente. Agarraria o tempo pelas mangas e te apertaria o colarinho, te pondo o dedo na cara e gritando em tom decidido: "voce nao vai fugir de mim. Nao vai." Lutou contra o sono como quem luta por mais um minuto de vida, ate adormecer com sonhos brandos no canto dos olhos entregues a mais uma madrugada que se acabava.

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