quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mulheres retadas!


"Ticiana just took the "Which wife of Henry VIII are you?" quiz and the result is Anne Boleyn.

You are fashionable, fabulous and sharp witted but also very high maintenance... you don't hesitate to make your man jea...lous or withhold your favors no matter what the consequences. You are Anne Boleyn, Henry VIII's infamous 2nd wife. Henry fell madly in love with Anne while still married to his first wife. Anne resisted the kings sexual advances for years until he broke with the Catholic Church, annulled his wife and married her crowning her Queen of England. After 3 years of marriage she was only able to produce one daughter (the future Elizabeth I) and couldn't keep the king interested. She was found guilty on trumped up charges of adultery and incest and was beheaded when she was 27. Henry was married ten days later to Jane Seymour."


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Eu sempre me atraí por histórias fortes, sempre admirei mulheres de personalidade forte, de passo marcante, de garra notável. Não foi muito difícil ter a quem copiar. Os melhores exemplos sempre estiveram ali, pertinho de mim. A história dos meus pais não foi dos mais belos e corretos romances já conhecidos nesse mundo de tantas tragédias românticas e finais felizes, ou não. Mas por conhecer tantos detalhes, por ter acompanhando troca de cartas de quando eu ainda nem era nascida, e ter observado, de camarote, os temperamentos de ambos, aprendi a admirar a beleza de uma estória única, somente deles, nossa, apenas nossa.

Minha avó, mãe do meu pai, morreu antes que eu nascesse. Gostava de frutos do mar, mas não podia comê-los, era alérgica. Teimosa, comeu. Pronto, morreu pela boca: edema de glote. Por não tê-la conhecido (embora eu já me identifique com essa estória de não poder comer, e ainda assim fazê-lo), a única vó que tive por toda minha vida, foi a mãe de minha mãe, Dona Myrian. Quem a conhece, não a esquece.

Dona Myrian Fontal tem 72 anos hoje, e é a matriarca numa família muito feminina. Tem duas filhas e um filho, e para completar uma geração de mulheres - das mais loucas - tem sete netas. Aos 72 anos, tem uma vida ativa. Canta num coral, no qual é a regente e maestrina, tem orkut, facebook, msn e todas as formas modernas de comunicação. Dirige, cozinha, organiza festas de terceira idade, e paga as contas em fila de idosos apenas para tirar alguma vantagem sob o fato de estar acima dos 60. Assume a idade com gosto, e quando me conta sobre suas festas temáticas, nas quais até de melindrosa ela já se vestiu, me diz sorrindo: "e pode me chamar de velha festeira!".

Dona Myrian é uma mulher forte. Se divorciou numa época em que não era comum e foi julgada, mas criou os filhos sem marido e ainda hoje cria netas sem avô. Curiosamente, eu nunca senti falta de um. Com tanta personalidade em uma família tão feminina, não me fez falta ter um homem dando palpite, meu pai já o fazia por todas as outras figuras masculinas que poderiam me faltar.

Dona Myrian já passou três meses em acampamento nas montanhas com temperatura abaixo de zero, já morou três meses na California estudando música, já foi à Disney com as amigas e já viajou o Brasil com o seu coral. Ela me fez forte, porque dela veio uma mãe igualmente forte. Quando tudo parece desabar, a calma delas tantas vezes me acalmou (outras tantas também me inquietou, porque nem sempre consigo lidar com tanta calma!). O fato é que, das pessoas com mais garra e força que conheço, tirei a garra e força que tenho, às vezes até chata de tão insistente. E cresci teimosa, querendo vestir o que queria, querendo comer a sobremesa antes do almoço e encher a barriga de suco mesmo que daqui a pouco já fosse a hora do jantar. Acho que meus pais tiveram que aprender Psicologia reversa comigo, porque ouvir um: "não faça isso" era sinônimo de "vou fazer!", e por aí vai. Eu não fui uma criança fácil. Bicuda, geniosa, teimosa. Bicho do mato, andava de calcinha pela casa, me pendurava em árvores e construía casas de árvores. Quando queria uma coisa, espalhava bilhetes pela casa toda, com a mesma frase irritante, no estilo: "eu quero a minha Caloy", e quem é dos anos 80, vai me entender. Tenho certeza que meu maior castigo será ter uma filha igual a mim mesma, mas daqui pra lá eu me formo em Psicologia e espero criar estratégias mais modernas de atuação, porque palmadas e castigos não me faltaram, e quando lembro deles, não consigo não rir.

Hoje eu fiz um quiz questionário do Facebook. Uma dessas bobagens que se faz por passatempo quando não se tem o que fazer. Pergunta: "Qual mulher de Henrique VIII você seria?". Resposta: Ana Bolena. Por essa eu não esperava, mas desde que assisti ao filme "The Boleyn Girl" ("A outra", em português), e por ter morado cinco meses em Londres, andei me interessando pela história da Inglaterra, e tudo que a inclui. Mulheres marcaram a história inglesa com muita proeza, devo comentar!


No wikipédia: "Isabel I, também conhecida como Elizabeth I, foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda desde 1558 até à sua morte. Também ficou conhecida pelos nomes de A Rainha Virgem, Gloriana e Boa Rainha Bess.

Seu reinado é conhecido por Período Elisabeteano (ou Isabelino) ou ainda Era Dourada. Foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que seria o Império Britânico, e pela produção artística crescente, principalmente na dramaturgia, que rendeu nomes como William Shakespeare. Isabel era uma monarca temperamental e muito decidida. Esta última característica vista com impaciência por seus conselheiros, frequentemente a manteve longe de desavenças políticas. Assim como seu pai, Henrique VIII, Isabel gostava de escrever, tanto prosa quanto poesia.

Isabel era a única filha viva do rei Henrique VIII com sua segunda esposa, Ana Bolena, marquesa de Pembroke, com quem casou secretamente. Henrique preferiria um filho homem para assegurar a sucessão da Casa de Tudor, mas no momento de seu nascimento, Isabel era a presumida herdeira ao trono da Inglaterra. Depois da rainha Ana não ter gerado um herdeiro masculino, Henrique mandou que fosse executada, sob a falsa acusação de traição (a prática de adultério contra o rei era considerada traição), de incesto com seu irmão mais velho e de bruxaria. Isabel tinha então três anos de idade e foi declarada ilegítima, perdendo o título de princesa. Depois disso foi nomeada, simplesmente, como lady Isabel e viveu no exílio, enquanto seu pai casava e se divorciava de várias outras mulheres.

Há uma curiosidade que permite avaliar a personalidade forte e marcante de Ana Bolena e segundo fontes históricas aconteceu por ocasião de sua execução. Alguns, inclusive, dizem ter sido um último recurso da rainha para retardar a consumação da execução, ainda esperançosa de um perdão real por parte de Henrique VIII, perdão este que estaria sendo defendido pela sua irmã, Maria. Quando informada da sua iminente execução, Ana Bolena fez chegar a Henrique VIII uma exigência - não aceitaria ser morta por um carrasco inglês, que utilizava o machado para a decapitação. Exigia a "importação" de um carrasco francês, pois estes usavam a espada. Para justificar a sua exigência, teria dito "uma Rainha da Inglaterra não curva a cabeça para ninguém e em nenhuma situação", pois as execuções com a espada eram feitas com a vítima ajoelhada, mas com a cabeça erguida.


Ana obteve o que requisitava, mostrando que até nos seus últimos momentos, ainda era capaz de impressionar o rei. Ela foi decapitada por um carrasco francês, tal como pedira.
Ana Bolena tem inspirado ou sido mencionada em numerosas obras artísticas e culturais, desde meios de comunicação, obras de arte, representações na cultura popular, cinema e ficção.
Além disso, há uma lenda popular, de que seu espírito ronda pela Torre de Londres."

Não foi à tóa minha identificação imediata com Londres. Gosto de lugares com personalidade, de pessoas excêntricas, originais, e de toda a história que os envolvem. Não foi a tóa que nasci neta de Dona Myrian, filha de Yanis, irmã de Luciana, que quer ir cuidar de leão em trabalho voluntário na África, ainda que eu tenha dito que ela pode ser sequestrada pelo Al Qaeda. E irmã de Fabiana, que de tantas teimosias, não consigo nem selecionar a mais marcante para citar aqui agora. E eu comeria frutos do mar e morreria feliz também, ainda que fosse decapitada pela alergia. Essa menina não tem jeito, como diria minha mãe! Eu diria que nenhuma de nós temos.

2 comentários:

  1. VOCÊ JÁ SABE O PESO, O PRÊMIO E A PROVA QUE É SER MULHER...AGORA SER MULHER E AINDA SER ESPECIAL NO CAOS QUE NOS CERCA, SEM PERDER A CLASSE E A SABEDORIA...AH! VOCÊ ESTA FICANDO CATEDRÁTICA !!!

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    1. TICIANA E YANIS FONTAL , NÃO EXAGEROU EM NADA SOBRE MYRIAN, POSSO ACRESCENTAR QUE DE TALENTOSA E PROFISSIONAL , SABE SER SIMPLES COM QUESTÕES COMPLEXAS, GENTIL COM TODOS E HERDOU DE SEUS PAIS (TIA RAQUEL"LELÉ" E MARCIAL) O MELHOR QUE O SER HUMANO PODE CULTIVAR SIMPATIA, GENTILEZA E GENEROSIDADE E ETC .

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