terça-feira, 11 de maio de 2010

De outro tempo



"Me fui... me voy, de vez en cuando a algun lugar
Ya se, no te hace gracia este pais...
Tenias un vestido y un amor... yo simplemente te vi.

Todo lo que diga esta de mas,
las luces siempre encienden en el alma
y cuando me pierdo en la ciudad,
vos ya sabes comprender... es solo un rato no mas,
tendria que llorar o salir a matar...
Te vi, te vi, te vi... Yo no buscaba nadie y te vi."

(Caetano Veloso canta Fito Paez)


*

E porque é a mim que chegam as vistas repletas de deslumbres, que vejo assim um tanto cheia de romantismo, e colocando cores aonde poderia ser cru. É por romantismo que entorto o rosto pra te sorrir, e cruzo pernas, caminho com graça, faço arte, choro e me descabelo. Engraçado que seja chamado de drama essa minha forma de me expressar, mas se fujo, sou covarde. Se fico, sou o drama, porque não saberia fazer muito diferente. Toda birra, cara amarrada, bico, choro e cena, existiriam mesmo que ninguém estivesse assistindo, acredite. Essa sou eu, e não pense que é porque acho bonito. Sem máscaras, eu ainda falaria sozinha, e te rogaria mil pragas, e te mataria mil vezes, a cada vez que me decepcionasse. E juraria nunca mais querer te ver nem pintado de azul anil, ainda que quando a raiva passasse, eu perdoasse qualquer bobagem e entortasse mais uma vez o rosto na hora de sorrir. Talvez tivesse que ter nascido em outra época, ou até noutro lugar. Quem sabe em Paris, aonde romances transbordam de paixões e doces visões...talvez aqui mesmo, no tempo das carruagens e vestidos de espartilho, quando desabotoar botão por botão, talvez fosse somente por amor, por loucura, por paixão.

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