segunda-feira, 21 de junho de 2010

Alma cheia



'Não quero perder as minhas asas,
por isso não vou crescer - apenas me desenrolar.'


[Lya Luft]

*

Como poderia ser diferente, vida minha? Como eu te deixaria encolher-se por entre porões e salões vazios? Como não te encorajaria a jogar-se em desafios, a unir-se a outros em arquibancadas, a subir no palco e dar o seu próprio show? Como não te faria subir montanhas? Como não te deixaria experimentar o sabor das nuvens? Como não te deixaria criar seu caminho por entre as estrelas? Como não te ofereceria tamanha liberdade, imensas dúvidas e grandes devaneios? Como não te proporcionaria sonhos, e como, me diga como, eu te deixaria passar em páginas brancas, em rabiscos desordenados, textos finais mal acabados? Não, eu não poderia! Veio a mim essa alma afoita, e veio a mim essa completa falta de saciedade. Eu não me contento, e não vou te deixar ser pouco, ser medíocre, ser o que esperam. Vou dar a você os maiores motivos, e vou deixar em você as melhores marcas. Uma vida cheia de alma, uma alma cheia de vida.

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