quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ops!


*

Ela que descobriu o mundo
E sabe vê-lo
do ângulo mais bonito
Canta e melhora a vida, descobre sensações diferentes
Sente e vive intensamente
Aprende e continua aprendiz
Ensina muito e reboca os maiores amigos
Faz dança, cozinha, se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se
e pensa no essencial
Dorme e acorda
Conhece a Índia e o Japão e a dança haitiana
Fala inglês e canta em inglês
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro, namora e é amiga
Tem computador e rede, rede para dois
Gosta de eletrodomésticos, toca piano e violão
Procura o amor e quer ser mãe, tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro, mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio
Cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto, é infinita, sensível, linda
Estou com saudades e penso tanto em você
Despreocupa-se
e pensa no essencial
Dorme e acorda
(Gerânio - Marisa Monte)


***


Nunca foi fácil escolher, mas agora, com toda a certeza que eu poderia ter, te digo: eu sei aonde quero estar. Eu sei exatamente o preço que vou pagar, o prazer que vou gozar, as pedras que vou catar. E se tanto te interessa: sim, estou pronta. E honestamente, não compreendo porque se preocupam tanto, sou do tipo que sempre soube se safar. Malabarista de primeira, trapezista das boas, palhaça de nascença, sou um circo inteiro se duvidarem. O que não sou hoje, me torno amanhã. O que não sei, aprendo. O que me desafia, agarro. O que me subestima, nem de perto me abala. E para quê razão quando se tem coração? Para quê motivos quando se tem abrigos? Sem limites e sem máscaras, sem jogo e sem pressupostos, de olhos fechados, de corpo fechado. Passos pesados, alma leve. Protegida. Vigiada. Questionada. Questionadora. Quero saber, quero ver, quero ir, quero ter. Em busca. Um plano. Unhas e dentes encravados nele. Uma vida inteiramente minha, um infinito de caminhos completamente meus, escolhidos unicamente por mim. Cada vez mais independente, independentemente do que vão pensar. E quer saber? Você não sabe, ninguém sabe. Eu sei e te conto uma parte, o que me sai sem dificuldade, mas reafirmo: não é tão fácil. Mas tem sido assim...e eu so te peço vida minha: me leva, e nem espera. Me carrega e nem pergunta. Me faça apenas parar de pensar. Essa história de rumo sempre querendo atrapalhar. Ignora. Se joga. Se faz revidar. Não aceita pré-determínio, pré-sonho, pré-ocupação, pro escambau, eu quero é viver. Com licença, passar bem, adeus, e um beijo. Já volto. Um dia. Talvez. Quem sabe...nunca mais.

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