segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Azeitona Verde


- Eu amo azeitona!
- Prefere a preta ou a verde?
- A verde!
- Eu gosto mais da preta...
(...)
- Futebol?
- Não gosta? Pra qual time você torce?
- Pra nenhum. Brasil em Copa do Mundo, e só.
- Risos
(...)
- Lugar lindo, né? Uma paz...você ficaria aqui um mês inteiro?
- Ficaria... (...) e você?
- Não.
(...)


Os passos não andam no mesmo compasso, a risada nem tem tanta graça. E até para quem nunca falta assunto, o silêncio calou a voz. Quietinha. Como pouco se vê. Como algumas vezes até quis ser. E enquanto parecia séria por fora (o que também não te pareceu comum, e portanto, muito menos te pareceu divertido) ficou lá pensando: até que ponto temos que concordar em tudo, até que ponto toleramos a discordância de jeitos e de tudo? Contrários se completam? Opostos se atraem? Ou uma metade da laranja precisa ser igual à outra? Qual é a fórmula para iluminar meu olhar? De onde vem a bobagem dita que conquista meu riso sincero? Que regra tem esse meu coração que escolhe sem saber explicar, e para qual delas eu ainda vou me entregar? Difícil te dizer, mas quanto mais me conheço, menos eu entendo esse meu "músculo involuntário" que não gosta de se explicar! Teimoso, temperamental, e com gostos próprios, típicos, originais, persistentes. Que repara em mãos, olhos e sorrisos. Que repara em costas, ainda que deteste que te dêem as costas. Que seleciona muito o que ouve, acredita muito no que vê. Do pouco que sei, garanto não gostar de silêncios vazios. Silêncios desconfortáveis. Silêncios que dizem mais do que não está sendo dito. Silêncio por silêncio, prefiro o meu próprio. Nele eu deito e me esparramo. Fico à vontade comigo mesma. Isso sim passa paz. Uma vez ouvi dizer que, descobrimos o quanto somos íntimos de alguém quando o silêncio entre as duas pessoas já não incomoda a ponto de ficarem tendo que criar assuntos, para não deixar o silêncio inundar o ambiente de vácuo e o rosto de timidez. Sou tão íntima de mim mesma que não há rubor na face e nem desconforto que tire a paz da minha companhia. Detesto forçar paixão e dispenso gente que não me acrescente, do meu lado. Dispenso companhia que só ganha o título pela presença física, e faço valer aquele ditado antigo e certeiro: "antes só do que mal acompanhado!". Graças a Deus!

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