sábado, 28 de novembro de 2009

Faz tempo...


Foto: Marrocos

"Questions of science,
science and progress
Don't speak as loud as my heart."


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A espera ficou parada me olhando, e me perguntando se eu ainda ia. De repente ela deixou de fazer sentido. Como todas as outras coisas ditas e ouvidas, e guardadas. Sairam correndo enfileiradas, de mãos dadas, quando eu abri a porta e libertei. Era so isso que faltava, que fosse solto, liberado. E assim sairam correndo, como se antes enjauladas. Deixei de acreditar, deixei de esperar. Tinha tempo que não sentia, e não gostou de sentir. O estômago ficou vazio, o coração ficou vazio, a boca se emudeceu, as palavras se declararam desnecessárias. Pediram tempo pra respirar, dessa vez não queriam muito espetáculo. Estava quentinha, com mãos frias, pés frios, como aqueles que se aqueciam em você. Não sentiram sua falta mais. Sentiram sua ida, e te deram aquele adeus, que já estava acostumada a dar. Tantos pactos, planos e sonhos em vão, tanta coisa desabando e eu sem chão. Pelo menos, só por essa noite.

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