segunda-feira, 27 de abril de 2009

Diversidade


Se é pra falar de diversidade, vamos lá. Me desculpem a franqueza e toda e qualquer ausência de filtro nas minhas próximas palavras. Vou soar crítica, maldosa, e até preconceituosa, mas preciso comentar. Eu sei que o brasileiro, embora tenha fama de ser um povo multiracial e bonito, com mulheres sensuais de andar rebolativo e curvas acentuadas, não é sempre o mais bonito de se ver. Em Salvador, minha cidade, não faltam pessoas feias de doer. Massss, já que estou longe de lá por esse tempo, e venho tendo contato com pessoas de todas as raças, cores e culturas, me dei o direito de comentar a respeito dessa mistura de rostos e jeitos. Desde já peço desculpas a quem quer que eu possa ofender, e antes que me atirem pedras e tomates, eu digo que não me acho a pessoa mais bela do mundo, e inclusive sei citar cada um dos meus defeitos estéticos e comportamentais, mas chega de lenga lenga e vamos lá. A primeira vista, vestidas com roupas de frio, as pessoas pelo lado de cá me pareceram bem elegantes. Diferente dos Estados Unidos, as mulheres não são gordas, mas também como lá, usam aquele biquíni de vó que cobre a bunda muito mais que o necessário, mas se eu for dizer isso vou parecer uma brasileira piriguete, e se eu inventar de usar meu biquininho, aí sim vão me virar a cara por completo! Não que precisem de motivos para me virarem a cara... whatever! Experimentei o biquininho num parque aquático por aqui, e não deu outra! Ouvi os comentários maldosos em alemão, o que faz soar ainda pior! Ui! Devem ter achado que eu era mulher da vida, e quer saber? Sou sim! Da vida por inteira, da vida mais colorida, mais divertida, e portanto, mais desnuda! No geral, as pessoas aqui não são amigáveis, mas também não são bagunceiras como nós. Se houvesse um meio termo, seria o ideal. Mas não é bem sobre os suíços que quero falar. Vamos aos imigrantes que por aqui estão. A começar pela minha escola, existem mais japoneses do que qualquer outra nacionalidade. Eu não sei porque diabos eles adoram ir pra outros cantos, mas sei muito bem o quanto é difícil se comunicar com eles. Sorry pra quem tem lá suas descendências! Me sinto péeessima em falar, mas hoje estou maligna! Simplesmente porque uma das minhas colegas de sala não fala inglês, e o pouco de alemão que ela já aprendeu de lá pra cá, é tudo que usa pra tentar se comunicar comigo, que não entendo quase nada do que ela diz. Se alemão já é uma língua quadrada, sem gingados e remelexos, como o francês e o italiano que soam como música nos meus ouvidos, imagine então o japonês! Eles são muito mais tecnológicos do que nós. Essa minha colega, por exemplo, tem um mini computadorzinho que funciona como dicionário. Enquanto eu fico um tempão procurando as palavras no meu dicionário tradicional, me sentindo uma idiota, ela acha a resposta em dois segundos. Como boa e malandra brasileira, vou dar uma de esperta e tento pescar do dela, e me deparo com aquelas letras japonesas dos infernos. Que dureza! Nao sei se é pior o som dos R's alemães falados com a garganta ou a ausência de L's japoneses, com todos aqueles desenhos detalhados, que são as letrinhas. Por falar em dificuldade para entender outra língua, hoje na aula o professor me perguntou se eu gostava de comer carne. Porém, em alemão, vaca se chama "Kuh", a partir daí já dá pra imaginar o ataque de riso que eu tive. Fiquei roxa de tanto rir, porque, pra completar, tive que explicar ao professor que, no Brasil, aquela seria uma palavra "feia". E eu ia me bastar por aí, mas o aluno novo que é português, tinha que seguir a tradição de que os portugueses são engraçados, e resolveu explicar ao professor o que ao certo seria Kuh em português, ou melhor: cú. Oh ceus! Definitivamente: too much information!! O professor por sua vez, sem conseguir parar de rir (isso não foi muito alemão da parte dele, mas considerando o fato de que o português disse que "cú" era "bunda", o professor alemão, que também fala espanhol, concluiu: "ahh sim...culo!"). E eu já chorando de rir pensei: pqp, chega dessa conversa!! "Enough guys!". Pra amenizar, todas as vezes que o professor queria perguntar algo que tivesse a palavra "vaca" no meio, ele fazia o mugido da vaca para não ter que citar o nome "Kuh". Eu mereço! Pra completar, a outra brasileira foi explicar que, aquele sinal de "ok!" usado nos Estados Unidos, para nós, significa "cú" também. Chega gente, pelo amor de deus, o "cú" ja deu tudo que tinha que dar hoje! Ops, peguei pesado né? E pra terminar, contando esse episódio pra minha melhor amiga e parceira de confidências diárias, que já morou em Londres e agora mora na Espanha, e portanto já conhece os mal entendidos das línguas, ela me respondeu: sim, imagino! É como aqui, que "obrar" é construir, e no Brasil, ou melhor, em Salvador (onde o palavriado baiano com suas criações regionais é ainda pior!) é um jeitinho bem "educado" de dizer que vai "cagar"! Hahahahahaha! Entre branquelos suíços, moreninhos indianos (que também são como praga e estão no mundo todo, e não somente no horário nobre da TV Globo no momento), amarelos japoneses, chineses e tailandeses, estou eu: brasileira de mistura de espanhol com português e índio. Talvez eles não tenham nada de mim, e até me impressiona perceber o quanto as pessoas podem ser diferentes umas das outras apenas porque nasceram de um outro lado. A verdade é que essa história de cultura e de hábitos aprendidos desde que nascemos, é muito mais forte do que percebemos a olho nú. A história de um povo está impregnada nele, tanto quanto a sua criação. Se as japonesas sorriem envergonhadas é porque foram podadas ao longo da história da mulher japonesa. E se eu tenho a mesma mania de, às vezes, sorrir com a mão na frente da boca, não é porque fui podada, e sim porque embora tão diferentes, todos temos nossas similaridades. Jeitinho por jeitinho, no final cada um tem o seu, e mesmo que o "jeitinho" brasileiro não funcione muito pelo lado de cá, ainda é o que eu vou sempre carregar.

Um comentário:

  1. HAHAHAHAHAHAHAHA
    Eu me vi na minha aula agora!
    Teve um dia que estavamos eu e fernanda na sala, juntamente com aquele bando de japones, e a aula do dia era aprnder as partes do corpo.. quando chegou a hora do pescoço.. em frances chama ''cou'', e se pronuncia bem desse jeito que se fala.. ''cú''. hahahaha
    eu e fernanda tivemos uma CRISEEEEE de risos, e ninguem entendia nada, soh q diferente do seu colega, ninguem se manifestou pra explicar o significado de tanto riso =PPPP
    beijooo

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