quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pane na caixa preta.


"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir?"

Eu te amo - Chico Buarque

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E eh porque ando assim buscando a cura do caos, e eh porque ando com a cabeca de cabeca pra baixo, e eh porque "ando andando" empenada em direcao errada, que me saem agora os piores escritos, os menos criativos ja vindos! E tenho dito: deu pane minha gente! Nem a licenca poetica eh minha cumplice, nem ao menos me perdoa minha auto critica criativa! E meu bom senso entao, anda metendo a cabeca entre as pernas pra esconder a vergonha. Ue, o que aconteceu? De repente perdi metaforas, me perdi em minhas proprias palavras, e seria muito disparate eu tambem me perder na minha propria lingua, e ja nao ter mais aquele poder de expressar tao bem tudo que sinto, assim cuspindo? Andei buscando inspiracao no amigo Chico, porque pra merecer uma musica dele, eu ate queimaria meus navios. Poesia eh assim meu amigo, ou toca ou nao toca, e nada meu tem tocado ultimamente. Por falta de autoria propria, venho apelando pra autoria alheia. Control c, control v. Ao menos me define. Nao sendo por mim mesma em palavras de deslumbres, que seja por outro alguem mais capaz no momento. Mas me incomoda, sabe? Nunca gostei de nao me definir, de nao dizer. E dizendo, nunca quis me expor de qualquer maneira, uma coisinha assim qualquer rabiscada e mal combinada. Nao, me encanta a palavra cantada, a palavra rimada, a palavra traduzida do que penso e sinto, implicitamente EU - quando quero fazer charme - explicitamente, quando quero ser dura, forte, direta. E agora, cade? Evaporou-se poesia branda, fugiram os versos em compasso, mediocres pedacos de frases incompletas esperando fim.

* Para quem nao sabe, a metafora por tras da queima de navios significa a impossibilidade de retornar, é ter aquele caminho escolhido como único.
Que nao seja caminho unico esse meu momento nao inspirado, e que nao seja uma ida sem volta esses pensamentos sem fe em mim mesma, e que nao seja impossivel de retornar da minha loucura em formato de nó cerebral.

Sem pontuacao, correcao gramatical, ou qualquer coisa do tipo. Apenas por hoje ganhei o aval da burrice. Me deixe em paz, perfeccionismo maldito!

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