terça-feira, 20 de abril de 2010

Broken bones


"Picking up broken words
Snipping the tips off
Grinding down the long ones
That wind around your eardrums

Dangerous plastic words
For crowd dispersal
And dumb dumb words
That could blow your head off

One fine day you'll sing
Your inevitable love song
Inevitable lie song
Inevitable cry song

Time bends broken bones..."


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E então eu começo tudo de novo. Refaço as rotas, desfaço os armários, esvazio as gavetas. E a partir daí, são horas de sono perdido, porém horas de tijolinhos construídos, ganhos. Atalhos, distâncias, tudo calculado quase como uma equação matemática. Anoto, não sei quantas vezes, o 2 mais 2 igual a 4. E repito mais uma vez, só pra conferir. Plano A, B, C, D, e o E pro último caso. Consulto horóscopo, tarô, sorte, previsão do tempo. Consulto mãe, peço benção de vó, aviso as amigas. Ouço conselho, opnião. Ouço crítica. A minha própria, queimando lá dentro. Mas é pelo lado de dentro, que eu escolho, decido e aposto, mais uma vez. E se talvez, por algum erro minunciso de percurso, tudo pode vir a acontecer fora do que planejei, cai o céu, o chão, o choro. Mas haviam pistas, não? Garantias? Tampouco. E aonde foi decretado que a gente não pode discordar de evidências? Tentar o difícil, conseguir o improvável? Me fragilizam os ossos tamanha descrença. "Que mundo é esse que ninguém entende um sonho?". Que mundo é esse que sonho é confundido com delírio, que busca é confundida com inconsequência? Eu, definitivamente, não sou a pessoa mais indicada para moralismos e convenções sociais bem seguidinhas. Em alguma outra vida, talvez eu tenha sido a fugitiva da prisão, uma bruxa queimada, uma rebelde sem causa, a ovelha negra ou a vítima de exclusão. Mas eu, certamente, sou a mais indicada para riscos e desafios, sem vergonha, nem de quem me julga, e nem da minha própria crítica que, vale a pena ressaltar, não é das mais bondosas. Eu penso no que você pensa sobre mim, penso no que você pensa e não diz. Pra não me machucar, mas que te faz revirar os olhos - achando que não vejo - quando me julga. E só de pensar assim, talvez já esteja eu mesma me censurando, me desacreditando, e não é bem do meu temperamento deixar de acreditar no que quero. Quando chegamos a esse ponto, chega a hora de começar a acertar. Por ninguém além de mim mesma, saiba você, minha trilha não foi escolhida pra te agradar.

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