terça-feira, 13 de abril de 2010

Desacordo acordado


Era de se sentir livre que ela precisava, era de fogo que se alimentava. Com sol e calor, inspiração não faltava. Andava vazia de tudo, ainda que, com pensamentos tão cheios de tudo. Carregava uma mochila pesada, um sorriso murcho, carregava dias cinzas nos quais não se encaixava. Virou Maria Reclamona, Sra Rabugenta, e nem se reconhecia naqueles olhos profundos. Nos rascunhos, nada que agradasse. Tanta coisa apagada, tanta noite sem graça. Dias e dias dentro de casa, ansiando por sua sorte perdida, aonde estava? Aonde estaria? Em que passo retornaria? Inquieta. E nem ela mesmo se aguentava. Sabia não ser drama, não dessa vez. Sabia não ser inteira, não dessa vez. Sabia que precisava ser, voltar a ser, completa. Plena. Feliz. E com os raios de sol vieram o caminhar curioso, e com o azul do céu voltou o rebolado ansioso.

*

Sol e sorte fizeram parceria, acordo, sociedade, e andam de mãos dadas. Quando um não se mostra, o outro se recusa a fazer sala desacompanhado. Portanto, agora, ando eu recebendo os dois com muito prazer.

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